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Sidónio Muralha na passagem do 88º. aniversário Julho 28, 2008

Filed under: poesia,Sidónio Muralha — looking4good @ 12:36 am
«Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se carácter custa caro
pago o preço»

Sidónio Muralha nasceu em Lisboa a 28 de Julho de 1920. Poeta e ficcionista, fez parte do primeiro movimento neo-realista. Perseguido pela polícia política salazarista, em 1942 deixou Portugal a caminho do Zaire e, em 1962, fixou-se no Brasil onde desenvolveu a sua vocação de poeta infantil associado a uma vida entre altas finanças e organização. Faleceu no dia 8 de Dezembro de 1982, em Curitiba, Paraná.

“Boa Noite.
A zebra quis
ir passear
mas a infeliz
foi para a cama
– teve que se deitar
porque estava de pijama.”

Do Estúdio da Raposa deixamos aqui a lembrança deste poeta, que desempenhou um papel importante na literatura infantil onde é considerado um dos melhores poetas de língua portuguesa.

 

Dois Poemas da Praia da Areia Branca – Sidónio Muralha Julho 28, 2007

Filed under: poesia,Sidónio Muralha — looking4good @ 2:03 pm
foto: Praia da Areia Branca, Portugal; autor: glosk.bot

1

Na praia da Areia Branca
os búzios não falam só do mar:
– falam das pragas, dos clamores,
da fome dos pescadores
e dos lenços tristes a acenar.

Búzios da praia da Areia branca:

– um dia,
haveis de falar
unicamente do mar.

2

No fundo do mar,
há barcos, tesoiros,
segredos por desvendar
e marinheiros que foram morenos ou loiros.

Ali, não são morenos nem loiros:
– são formas breves, a descansar,
sem ambições para os tesoiros
e de cabelos verdes dos limos do mar.

Serenos, serenos, repousam os mortos,

enquanto o mar
ensina o mundo a falar
a mesma língua em todos os portos.

Sidónio Muralha (n. Lisboa a 28 Jul 1920 – m. Curitiba, Paraná, Brasil a 8 de Dez 1982)

 

Dois Poemas da Praia da Areia Branca – Sidónio Muralha

Filed under: poesia,Sidónio Muralha — looking4good @ 2:03 pm
foto: Praia da Areia Branca, Portugal; autor: glosk.bot

1

Na praia da Areia Branca
os búzios não falam só do mar:
– falam das pragas, dos clamores,
da fome dos pescadores
e dos lenços tristes a acenar.

Búzios da praia da Areia branca:

– um dia,
haveis de falar
unicamente do mar.

2

No fundo do mar,
há barcos, tesoiros,
segredos por desvendar
e marinheiros que foram morenos ou loiros.

Ali, não são morenos nem loiros:
– são formas breves, a descansar,
sem ambições para os tesoiros
e de cabelos verdes dos limos do mar.

Serenos, serenos, repousam os mortos,

enquanto o mar
ensina o mundo a falar
a mesma língua em todos os portos.

Sidónio Muralha (n. Lisboa a 28 Jul 1920 – m. Curitiba, Paraná, Brasil a 8 de Dez 1982)

 

Dois Poemas da Praia da Areia Branca – Sidónio Muralha

Filed under: poesia,Sidónio Muralha — looking4good @ 2:03 pm
foto: Praia da Areia Branca, Portugal; autor: glosk.bot

1

Na praia da Areia Branca
os búzios não falam só do mar:
– falam das pragas, dos clamores,
da fome dos pescadores
e dos lenços tristes a acenar.

Búzios da praia da Areia branca:

– um dia,
haveis de falar
unicamente do mar.

2

No fundo do mar,
há barcos, tesoiros,
segredos por desvendar
e marinheiros que foram morenos ou loiros.

Ali, não são morenos nem loiros:
– são formas breves, a descansar,
sem ambições para os tesoiros
e de cabelos verdes dos limos do mar.

Serenos, serenos, repousam os mortos,

enquanto o mar
ensina o mundo a falar
a mesma língua em todos os portos.

Sidónio Muralha (n. Lisboa a 28 Jul 1920 – m. Curitiba, Paraná, Brasil a 8 de Dez 1982)

 

Poemas de Sidónio Muralha Julho 28, 2006

Filed under: poesia,Sidónio Muralha — looking4good @ 12:59 pm

Boa Noite

A zebra quis
ir passear
mas a infeliz
foi para a cama

— teve que se deitar
porque estava de pijama.

A Caminhada

Nessa mata ninguém mata
a pata que vive ali,
com duas patas de pata,
pata acolá, pata aqui.

Pata que gosta de matas
visita as matas vizinhas,
com as suas duas patas
seguidas de dez patinhas.

E cada patinha tem,
como a pata lá da mata,
duas patinhas também
que são patinhas de pata.

Xadrez

É branca a gata gatinha
é branca como a farinha.

É preto o gato gatão
é preto como o carvão.

E os filhos, gatos gatinhos,
são todos aos quadradinhos.

Os quadradinhos branquinhos
fazem lembrar mãe gatinha
que é branca como a farinha.
Os quadradinhos pretinhos
fazem lembrar pai gatão
que é preto como o carvão.

Se é branca a gata gatinha
e é preto o gato gatão,
como é que são os gatinhos?

— os gatinhos eles são,
são todos aos quadradinhos.

Sidónio Muralha (n. Lisboa a 28 Jul 1920 – m. Curitiba, Paraná, Brasil a 8 de Dez 1982)