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Nos Foge o Tempo – Filinto Elísio Fevereiro 25, 2009

Filed under: Filinto Elísio,poesia — looking4good @ 2:01 am

Se mais que aéreas nuvens pressuroso,
Se mais que inquietas ondas inconstante,
Nos foge o Tempo; é inútil o saudoso
Pranto, dado a quem foge; eu incessante
Quero abarcar, e com ardor ansioso
Entranhar na alma cada alegre instante:
Pois que a vida é passagem, as lindas flores
Bom é colher na estrada dos Amores.

Filinto Elísio [Pde. Francisco Manuel do Nascimento] (n. em Lisboa a 23 Dez 1734; m. 25 Fev. 1819).

Ler do mesmo autor neste blog:
Estende o manto, estende ó noite escura
Uns lindos olhos, vivos, bem rasgados
Dormias Márcia

 

Estende o manto, estende, ó noite escura – Filinto Elíseo Dezembro 23, 2008

Filed under: Filinto Elísio,poesia — looking4good @ 2:49 am
Noite de tempestade imagem daqui

Estende o manto, estende, ó noite escura,
Enluta de horror feio o alegre prado;
Molda-o bem c’o pesar dum desgraçado
A quem nem feições lembram da ventura.

Nubla as estrelas, céu, que esta amargura
em que se agora ceva o meu cuidado,
gostará de ver tudo assim trajado
da negra cor da minha desventura.

Ronquem roucos trovões, rasguem-se os ares,
rebente o mar em vão n’ocos rochedos,
solte-se o céu em grossas lanças de água.

Consolar-me só podem já pesares;
quero nutrir-me de arriscados medos,
quero sacia de mágoa a minha mágoa!

in Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Futuro, Assírio & Alvim

Filinto Elísio [Francisco Manuel do Nascimento] (n. em Lisboa a 23 Dez 1734; m. 25 Fev. 1819)

Ler do mesmo autor nester blog:
Uns lindos olhos, vivos, bem rasgados
Dormias Márcia

 

Uns lindos olhos, vivos, bem rasgados – Filinto Elísio Janeiro 28, 2008

Filed under: Filinto Elísio,poesia — looking4good @ 1:25 am

Uns lindos olhos, vivos, bem rasgados,
um garbo senhoril, nevada alvura;
metal de voz que enleva de doçura,
dentes de aljôfar, em rubi cravados;
fios de ouro, que enredam meus cuidados,
alvo peito, que cega de candura;
mil prendas e (o que é mais que formosura)
uma graça que rouba mil agrados;
mil extremos de preço mais subido
encerra a linda Márcia, a quem of’reço
um culto que nem dela ‘inda é sabido;
tão pouco de mim julgo que a mereço,
que enojá-la não quero de atrevido
co’as penas que por ela em vão padeço.
FILINTO ELYSIO era o nome arcádico por que ficou conhecido o P.e Francisco Manuel do Nascimento, nascido em Lisboa a 23 de Dezembro de 1734 e falecido em Paris a 25 de Fevereiro de 1819. Teve de se exilar para fugir à Inquisição, devido às suas ideias liberais e iluministas. Esteve quatro anos em Haia (Holanda), antes de se fixar em Paris. Se, em Lisboa, fora professor da Marquesa de Alorna (Alcipe), na capital francesa travou conhecimento com o grande poeta romântico Lamartine. Levou uma vida difícil como tradutor, mas poetou infatigavelmente.

Soneto e ficha bibliográfica extraídos de «A Circulatura do Quadrado, Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa, Edições Unicepe, 2004»
 

Uns lindos olhos, vivos, bem rasgados – Filinto Elísio

Filed under: Filinto Elísio,poesia — looking4good @ 1:25 am

Uns lindos olhos, vivos, bem rasgados,
um garbo senhoril, nevada alvura;
metal de voz que enleva de doçura,
dentes de aljôfar, em rubi cravados;
fios de ouro, que enredam meus cuidados,
alvo peito, que cega de candura;
mil prendas e (o que é mais que formosura)
uma graça que rouba mil agrados;
mil extremos de preço mais subido
encerra a linda Márcia, a quem of’reço
um culto que nem dela ‘inda é sabido;
tão pouco de mim julgo que a mereço,
que enojá-la não quero de atrevido
co’as penas que por ela em vão padeço.
FILINTO ELYSIO era o nome arcádico por que ficou conhecido o P.e Francisco Manuel do Nascimento, nascido em Lisboa a 23 de Dezembro de 1734 e falecido em Paris a 25 de Fevereiro de 1819. Teve de se exilar para fugir à Inquisição, devido às suas ideias liberais e iluministas. Esteve quatro anos em Haia (Holanda), antes de se fixar em Paris. Se, em Lisboa, fora professor da Marquesa de Alorna (Alcipe), na capital francesa travou conhecimento com o grande poeta romântico Lamartine. Levou uma vida difícil como tradutor, mas poetou infatigavelmente.

Soneto e ficha bibliográfica extraídos de «A Circulatura do Quadrado, Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa, Edições Unicepe, 2004»
 

Uns lindos olhos, vivos, bem rasgados – Filinto Elísio

Filed under: Filinto Elísio,poesia — looking4good @ 1:25 am

Uns lindos olhos, vivos, bem rasgados,
um garbo senhoril, nevada alvura;
metal de voz que enleva de doçura,
dentes de aljôfar, em rubi cravados;
fios de ouro, que enredam meus cuidados,
alvo peito, que cega de candura;
mil prendas e (o que é mais que formosura)
uma graça que rouba mil agrados;
mil extremos de preço mais subido
encerra a linda Márcia, a quem of’reço
um culto que nem dela ‘inda é sabido;
tão pouco de mim julgo que a mereço,
que enojá-la não quero de atrevido
co’as penas que por ela em vão padeço.
FILINTO ELYSIO era o nome arcádico por que ficou conhecido o P.e Francisco Manuel do Nascimento, nascido em Lisboa a 23 de Dezembro de 1734 e falecido em Paris a 25 de Fevereiro de 1819. Teve de se exilar para fugir à Inquisição, devido às suas ideias liberais e iluministas. Esteve quatro anos em Haia (Holanda), antes de se fixar em Paris. Se, em Lisboa, fora professor da Marquesa de Alorna (Alcipe), na capital francesa travou conhecimento com o grande poeta romântico Lamartine. Levou uma vida difícil como tradutor, mas poetou infatigavelmente.

Soneto e ficha bibliográfica extraídos de «A Circulatura do Quadrado, Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa, Edições Unicepe, 2004»
 

Uns lindos olhos, vivos, bem rasgados – Filinto Elísio

Filed under: Filinto Elísio,poesia — looking4good @ 1:25 am

Uns lindos olhos, vivos, bem rasgados,
um garbo senhoril, nevada alvura;
metal de voz que enleva de doçura,
dentes de aljôfar, em rubi cravados;
fios de ouro, que enredam meus cuidados,
alvo peito, que cega de candura;
mil prendas e (o que é mais que formosura)
uma graça que rouba mil agrados;
mil extremos de preço mais subido
encerra a linda Márcia, a quem of’reço
um culto que nem dela ‘inda é sabido;
tão pouco de mim julgo que a mereço,
que enojá-la não quero de atrevido
co’as penas que por ela em vão padeço.
FILINTO ELYSIO era o nome arcádico por que ficou conhecido o P.e Francisco Manuel do Nascimento, nascido em Lisboa a 23 de Dezembro de 1734 e falecido em Paris a 25 de Fevereiro de 1819. Teve de se exilar para fugir à Inquisição, devido às suas ideias liberais e iluministas. Esteve quatro anos em Haia (Holanda), antes de se fixar em Paris. Se, em Lisboa, fora professor da Marquesa de Alorna (Alcipe), na capital francesa travou conhecimento com o grande poeta romântico Lamartine. Levou uma vida difícil como tradutor, mas poetou infatigavelmente.

Soneto e ficha bibliográfica extraídos de «A Circulatura do Quadrado, Alguns dos Mais Belos Sonetos de Poetas cuja Mátria é a Língua Portuguesa, Edições Unicepe, 2004»
 

Dormias Márcia… – Filinto Elísio Dezembro 23, 2007

Filed under: Filinto Elísio,poesia — looking4good @ 4:08 pm
Woman sleeping daqui

Dormias Márcia, e eu vi Cupido ancioso
Já d’um, já d’outro lado
Querer furtar-te um beijo gracioso
Que tu, a cada arquejo descançado
Na linda bôcca urdias
Graciosíssimo, oh Márcia,!… não sabias
Como o Numem girava de alvoroço
Escolhendo-lhe o geito
De o dar do melhor dado. Eu vim e dei-to
Bem na boca, e logrei o esperto moço

Filinto Elísio [Francisco Manuel do Nascimento](n. em Lisboa a 23 Dez 1734; m. 1819)

 

Dormias Márcia… – Filinto Elísio

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Woman sleeping daqui

Dormias Márcia, e eu vi Cupido ancioso
Já d’um, já d’outro lado
Querer furtar-te um beijo gracioso
Que tu, a cada arquejo descançado
Na linda bôcca urdias
Graciosíssimo, oh Márcia,!… não sabias
Como o Numem girava de alvoroço
Escolhendo-lhe o geito
De o dar do melhor dado. Eu vim e dei-to
Bem na boca, e logrei o esperto moço

Filinto Elísio [Francisco Manuel do Nascimento](n. em Lisboa a 23 Dez 1734; m. 1819)

 

Dormias Márcia… – Filinto Elísio

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Woman sleeping daqui

Dormias Márcia, e eu vi Cupido ancioso
Já d’um, já d’outro lado
Querer furtar-te um beijo gracioso
Que tu, a cada arquejo descançado
Na linda bôcca urdias
Graciosíssimo, oh Márcia,!… não sabias
Como o Numem girava de alvoroço
Escolhendo-lhe o geito
De o dar do melhor dado. Eu vim e dei-to
Bem na boca, e logrei o esperto moço

Filinto Elísio [Francisco Manuel do Nascimento](n. em Lisboa a 23 Dez 1734; m. 1819)

 

Dormias Márcia… – Filinto Elísio

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Woman sleeping daqui

Dormias Márcia, e eu vi Cupido ancioso
Já d’um, já d’outro lado
Querer furtar-te um beijo gracioso
Que tu, a cada arquejo descançado
Na linda bôcca urdias
Graciosíssimo, oh Márcia,!… não sabias
Como o Numem girava de alvoroço
Escolhendo-lhe o geito
De o dar do melhor dado. Eu vim e dei-to
Bem na boca, e logrei o esperto moço

Filinto Elísio [Francisco Manuel do Nascimento](n. em Lisboa a 23 Dez 1734; m. 1819)